Contos de Natal

O Presépio de Madeira



 


História de:
Francyslaine Vicentini



Kuno Becker como Felipe


Ana Layevska como Maria


Maria Sorte como Carmem


Enrique Lizalde como Vicente


Ignácio López Tarso
como Benjamim
 

Produção:
Bruno Olsen
Cristina Ravela
 



 


Cena 1

Carmem chorando: Meu Deus! Por que tinha que acontecer isso Vicente?

Vicente: Calma querida, você precisa se acalmar, nosso filho está bem agora, está nas mãos de profissionais...

Carmem: No que eu errei? Sempre dei carinho e atenção ao Felipe!

Vicente: Você não errou em nada... Essas coisas inevitavelmente acontecem...

Carmem: Vamos passar o Natal sem o nosso filho querido, e a dor que eu sinto é imensa... Essa maldita droga destruiu tudo o que ele tinha de bom...

Cena 2 - Em uma clinica de reabilitação...

Felipe trancado naquele quarto parecia um animal trancado numa jaula... Sentia ódio! Necessidade de sair dali nem que tivesse que matar alguém! Sentia vontade! Uma vontade imensa de se drogar de se sentir livre novamente! Ouvia vozes! Choro de sua mãe! Gritos de seu pai! Sofria, sim, Felipe sofria muito... Queria parar de ouvir aquelas coisas! Queria sair daquele lugar que na sua visão era horrível... Pega tudo o que vê na frente e quebra... Olha para aquele presépio, olha com rancor, fora sua mãe que lhe deu quando ele era bem pequeno e esse objeto o acompanhara por muitos e muitos natais... Estava preso ali graças aos seus pais! Pega aquele presépio feito de madeira e joga no chão, mais este não quebra deixando Felipe louco de raiva...

Cena 3

Dia seguinte...

Depois de sedarem Felipe ele acorda o outro dia mais calmo, mesmo assim sente-se acuado...

Os enfermeiros daquela clinica de recuperação o levam pra tomar um pouco de ar... Felipe observa aquele lugar cheio de flores, aquele lugar onde a natureza se mostrava tão bonita, e ele só tinha uma única vontade, sair imediatamente dali...

Aproveita a distração dos enfermeiros e sai disfarçadamente, acaba pulando um muro...

Felipe olha angustiado, nada de cidade, asfalto, transito, prédios, barulho... Nada! Estava no meio de um mato, onde só tinham flores e mais mato... Felipe fecha os olhos, esmurra a árvore... Ao abrir os olhos se depara com uma coisa que o deixa surpreendido...

Felipe: Meu Deus, na verdade o céu existe? É um anjo! É um anjo!

A jovem moça vestida com um simples vestido branco olha com receio...

Naquele momento Felipe esquece de todas as suas angustias, aquele rosto angelical e assustado o fascina e ele se aproxima cada vez mais...

De repente duas pessoas o puxam com violência e o carregam, são os dois enfermeiros que perceberam sua fuga...

Felipe: Me soltem! Eu encontrei um anjo! Me soltem...

Cena 4

Felipe fica mais três dias trancado, naquela manhã, véspera de Natal, permitem que ele saia do quarto, se sente calmo, em paz, aquela figura angelical não lhe sai do pensamento...

Felipe comenta com os outros colegas que também estão em recuperação: Eu vi um anjo, era uma moça linda...

Um outro rapaz: Você não viu anjo algum cara! Você estava delirando são efeitos que nos dá quando nos tiram as drogas assim de uma vez...

Felipe: Não era imaginação! Também não era algo irreal... Quando eu tinha alucinações eu via coisas horríveis que me deixavam desesperado, coisas que me perseguiam, esta não, esta era uma perfeição, era uma figura doce, e não tentava me pegar ao contrário tinha receio, arregalou os olhos quando me viu... Eu estou tão feio assim?

O outro rapaz ri: Feio? Você está horrível cara!

Felipe: Ah, vocês não levam nada a sério... Eu vou sair e procurá-la e não volto se não vê-la...

Cena 5

Felipe pula o muro de novo e sai em busca daquela jovem, agora sua única vontade era encontrá-la, conhecê-la...

Ele anda por entre aquele bosque até que a vê sentada perto de uma cachoeira. Ao vê-lo a moça se levanta assustada e está preste a correr, mas Felipe a alcança e segura seu braço...

Felipe: Ei, espera! Não tenha medo de mim...

Maria olha pra ele fixamente... Felipe observa no pescoço da jovem um cordão com a imagem de uma santa. A Virgem Maria...

Felipe: Eu te vi aquele outro dia mas não me deixaram falar com você... Eu estava meio doidão e... Achei que você era um anjo...

Felipe: Eu me chamo Felipe, e você?

Maria não responde... Felipe a observa...

Felipe: Eu sei que você não deve querer falar comigo por que sabe que estou numa clínica de recuperação pra drogados, eu errei muito, eu fiz minha mãe sofrer muito... Mas isso me machuca... Eu amo demais os meus pais, eu não queria ter feito tanta besteira eu... Mas que inferno por que você não fala nada! (Grita ele nervoso).

Maria mexe com a cabeça negativamente...

Felipe diz magoado: Você acha que eu não mereço perdão? Que eu mereço o desprezo das pessoas! Justo agora que as pessoas estão todas envolvidas com a magia do Natal... Justo você que parece ser tão boa e que carrega a Virgem Maria neste cordão! Por que todos têm que me olhar com preconceito! Por que todos me olham com pena! Por que ninguém perdoe se errar é humano! (Felipe começa a chorar e Maria lentamente o abraça)...

Felipe olha espantado pra ela, a moça enxuga as suas lágrimas com as mãos e sorri...

Felipe: Você é mesmo um anjo... Desculpe-me se gritei com você, mas não compreendo por que não quer falar comigo...

Maria se afasta dele e olha com tristeza, um pobre velho chamado Benjamim vem caminhando até os dois... Maria sai em uma direção desconhecida...

Benjamim: Maria é muda... Minha neta é muda moço...

Felipe sente uma coisa muito forte em seu coração, uma tristeza profunda...

Cena 6

Benjamim: Vive sem falar a pobrezinha... Mas vive com imensa alegria... Gosta de ajudar a todos que a cercam, às vezes sente receio de ajudar por que pensa que as pessoas podem não gostar de ser ajudadas... É um anjo que com sua alegria de viver, sua vontade de sempre está servindo me emociona e me enche de orgulho...

Felipe: E vocês moram por aqui?

Benjamim: Sim, bem perto em uma simples casinha...

Felipe: E o senhor já levou a Maria até um médico?

Benjamim: Médico? Não meu filho, Maria nunca quis ir a um médico... Ela escreve pra mim que se Deus quis que ela fosse assim ela não se importa, agradece todos os dias pelo dom da vida que é o mais importante, concorda?

Benjamim conta toda a história de sua neta, depois se despede e vai embora...

Felipe se emociona, em sua mente vem lembranças de quando se envolveu com drogas pela primeira vez, foi por que brigara com o pai que não aceitara lhe dar uma moto de presente de Natal...Uma simples moto pra um poderoso advogado... Felipe ficara revoltado, queria fugir de casa, queria que seu pai se arrependesse de não lhe conceder o seu pedido... Isso fazia quase um ano. Seu pai era rico, sua mansão era bonita, sua mãe era carinhosa, seus amigos gostavam dele... Felipe tinha tudo pra ser feliz, ao contrário de Maria, que nascera pobre que era órfã, que era muda e mesmo assim vivia alegre e seu maior desejo era ajudar os outros...

Felipe pensa: Maria, minha doce Maria, você tinha que aparecer na minha vida pra que eu mudasse todos os meus conceitos, pra que eu pudesse compreender o verdadeiro valor e importância de estar vivo...

Cena 7

Dia do Natal...

Carmem e Vicente olham espantados quando o diretor da clinica diz que Felipe fugiu...

Carmem chora: Meu Deus e agora? Se ele voltar a se drogar? Ele vai morrer! Permita-me Senhor que ele esteja bem e livre das tentações...
Diretor: Fiquemos calmos, nós já mandamos procurá-lo...

Cena 8

Maria abre a porta de casa e se depara com Felipe com um buquê de flores silvestres...

Felipe: Oi, feliz natal...

A jovem sorri com o coração aos pulos de felicidade, os dois se abraçam, Felipe entra na casa...

Felipe: Não podia passar um dia tão especial sem te ver... Minha Maria...

Maria entrega um papel a ele, Felipe lê emocionado...

“Não se angustie rapaz por que você vai conseguir, não importe com que os outros digam de você, se te criticam e não te compreendem, eu confio e acredito em você... Você vai compreender tudo o que eu quero dizer quando olhar pros meus olhos, por que os olhos falam a língua do coração e da alma...”.

Felipe: Nossa Maria! Este é o melhor presente que eu podia receber... Há tanta suavidade em nada dizer e tudo se entender... Você me fez perceber o quanto eu sou importante e a sua confiança me dá forças pra lutar, eu prometo pra você que vou conseguir, eu juro...

Felipe olha fixamente pra Maria...

Felipe: Seus olhos me dizem o que você não pode me dizer falando, os olhos são os espelhos da alma, e eu vejo nos seus olhos que você gosta de mim o quanto eu gosto de você...

Um beijo cela aquele amor puro e abençoado por Deus, Benjamim chega acompanhado de Carmem e Vicente... Felipe abraça os dois emocionados...

Felipe: Me perdoem... Por favor, com o nascimento Jesus trouxe a esperança, e hoje aqui eu digo que tenho a esperança que em pouco tempo estarei recuperado, por que eu tenho forças, e tem gente que confia em mim, não é Maria?

Todos sorriem... Carmem entrega ao filho o pequeno presépio de madeira...

Carmem: Pra você meu filho, espero que dessa vez estando assim tão mudado dê o valor que essa simples peça merece...

Felipe: Eu darei sim mamãe... Por que isto aqui representa uma vida nova pra mim...

 Fim
 
 


 

Com simples atos, gestos ou palavras você pode estar ajudando uma pessoa...Ajude os outros sempre que puder e você verá que é ainda melhor do que ser ajudado... Desta maneira você estará adquirindo sabedoria, enriquecendo sua alma e fazendo os outros felizes sendo feliz também...

O Presépio de Madeira
História de:
Francyslaine Vicentini

Produção:
Bruno Olsen

Cristina Ravela

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