2x20 –
Quebra de Sigilo Parte II
CENA 15
HOSPITAL CENTRAL – CAFETERIA [INT. / NOITE]
Uma colher
mexe numa xícara de café, a colher é colocada sobre o
pires e, a mão masculina eleva a xícara, quando duas
moças param a nossa frente.
Joana e
Raíza não sustentam uma cara muito boa.
MARCO
(olhando o relógio do pulso):
Pontualidade inglesa. Sentem-se. Querem café? Posso
pedir agora.
Joana e
Raíza, já sentando.
RAÍZA:
(seca) Não viemos tomar café com você. Diga logo o que
quer.
Marco
disfarça um sorriso de estranho prazer por aquela
grosseria. Toma um gole do seu café calmamente, o que
irrita suas convidadas.
MARCO:
Bem, eu chamei vocês aqui para
tentar encontrar uma solução para o nosso problema.
Joana e
Raíza se entreolham sem entender.
RAÍZA:
Nosso?
Marco tenta
tocar a mão de Raíza sobre a mesa.
MARCO:
Claro, minha querida (Raíza se esquiva). Josué quer
encontrar um culpado para o que aconteceu, o que não é
nenhuma novidade, não é Raíza? (Raíza bufa) E isto seria
muito ruim para os meus negócios, já que, o apartamento
está em meu nome. Mas nós três sabemos que tudo não
passou de um acidente, não é mesmo?
Joana olha
para Raíza que fita Marco como a esperar algo pior por
vir.
JOANA
(insegura): Cla-claro. Um
acidente.
MARCO:
Entretanto...O spray modificado de forma caseira é a
única prova que contrariaria a nossa tese. (para Joana)
A senhorita sabe o que isso significa em sua carreira,
não sabe?
JOANA:
Eu não fiz nada! Eu jamais poria a minha carreira em
risco/
RAÍZA:
(corta / fitando Marco) Calma, Joana. Ele sabe que você
não teve culpa (Marco solta um risinho frouxo). Que nós
não tivemos culpa. Mas ele não veio nos dar apoio, não é
Marco?
Marco a
encara, esboça levemente um sorriso de satisfação.
MARCO:
Eu só estou tentando dizer que, Josué não acredita em
acidente e, não vai deixar impune o que aconteceu com
João. Se provada a negligência, a senhorita Joana seria
a única responsável por isso.
Joana
esboça pânico; Raíza, aflição.
RAÍZA:
Meu tio não pode fazer isso.
MARCO:
Poder ele pode, minha querida. Mas também podemos evitar
que ele chegue ao extremo. Só depende de você.
RAÍZA:
(tensa / direta) O que você quer que eu faça?
MARCO:
O que eu quero não; O que você quer fazer para
ajudar sua amiga? (raiva em Raíza) Se responsabilizar
pelo o que aconteceu ou...Aceitar a minha proposta de
casamento?
Raíza o
encara, mesclando ressentimento e ódio. Joana ainda está
insegura, olha para ela esperando uma resposta a seu
favor.
MARCO:
Acho que você quer pensar, não é? (p) Você tem até
meia-noite de amanhã para me dar uma resposta. Não se
pode demorar muito, Josué é impaciente.
Marco dá um
sorrisinho de canto.
CAM sobe para a janela e revela Cael a espreita odiando
o que ouviu.
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